Sitophilus oryzae e S. zeamais
Descrição, aspectos da biologia e danos
Essas duas espécies são muito semelhantes em caracteres morfológicos e podem ser distinguidas somente pelo estudo da genitália. Ambas podem ocorrer juntas na mesma massa de grãos ou sementes, independentemente da dieta. Os adultos são gorgulhos de 2,0 a 3,5 mm de comprimento, de coloração castanho-escura, com manchas mais claras nos élitros (asas anteriores), visíveis logo após a emergência. Têm a cabeça projetada à frente, na forma de rostro curvado. Nos machos, o rostro é mais curto e grosso, e nas fêmeas, mais longo e afilado. As larvas são de coloração amarelo-clara, com a cabeça de cor marrom-escura, e as pupas são brancas [1][2]. O período de oviposição é de 104 dias, e o número médio de ovos por fêmea é de 282. A longevidade das fêmeas é de 140 dias. O período de incubação oscila entre 3 e 6 dias, e o ciclo de ovo até a emergência de adultos é de 34 dias [3].
É praga primária interna de grande importância, pois pode apresentar infestação cruzada, ou seja, infestar grãos no campo (exemplo de milho em espigas) e também no armazém, onde penetra profundamente na massa de grãos e sementes. Apresenta elevado potencial de reprodução, possui muitos hospedeiros, como trigo, milho, arroz, cevada, triticale, entre outros. Tanto larvas como adultos são prejudiciais e atacam grãos e sementes. A postura é feita nos grãos ou sementes, as larvas, após se desenvolverem no interior destes produtos, empupam e posteriormente se transformam em adultos. Os danos decorrem da redução de peso e de qualidade dos produtos [3].
Referências
- [1] MOUND, L. Common insect pests of stored food products. London: British Museum of Natural History, 1989. 68p.
- [2] BOOTH, R.G.; COX, M.L.; MADGE, R.B. IIE guides to insects of importance to man 3. Coleoptera. London: C.A.B. International, 1990. 384p.
- [3] LORINI, I. Descrição, biologia e danos das principais pragas de grãos e sementes armazenadas. In: Armazenagem de Grãos, ed. I. Lorini, L. H. Miike, V. M. Scussel & L. R. D. Faroni. Instituto Biogeneziz - IBG, Jundiaí, SP, 2018. p. 363-381.