Rhyzopertha dominica
Descrição, aspectos da biologia e danos
Os adultos são besouros de 2,3 a 2,8 mm de comprimento, coloração castanho escura, corpo cilíndrico e cabeça globular, normalmente escondida pelo protórax . A coloração das pupas varia de branca, inicialmente, a castanha, próximo à emergência dos adultos, possuem 3,9 mm de comprimento e 1,0 mm de largura do corpo, aproximadamente. As larvas são de coloração branca, cabeça escura, e medem cerca de 2,8 mm quando completamente desenvolvidas. Os ovos são cilíndricos, embora variáveis na forma, inicialmente brancos e posteriormente rosados, com 0,59 mm de comprimento e 0,2 mm de diâmetro [1].
O período de incubação, variável em função da temperatura, é de 15,5 dias a 26 ºC [1] e de 4,5 dias a 36 ºC [2]. Os ovos podem ser colocados em grupos ou isolados, em fendas ou rachaduras de grãos ou mesmo na própria massa de grãos [3]. A duração do período larval é de, aproximadamente 22 dias, o período pupal é de 5 dias, e a longevidade dos adultos atinge 29 dias, a 30 ºC e 70% de umidade relativa. O ciclo de vida da praga é de, aproximadamente 60 dias. A fêmea tem fecundidade média de 250 ovos [3][4], a qual depende da qualidade do alimento e das condições de temperatura e de umidade dos produtos.
Essa praga primária interna possui elevado potencial de destruição em grãos de trigo, arroz, cevada e aveia, pois é capaz de destruir de 5 a 6 vezes seu próprio peso [3]. É a principal praga de pós-colheita de trigo no Brasil, em razão da incidência e da grande dificuldade de se evitar os prejuízos que causa aos grãos. Deixa os grãos perfurados e com grande quantidade de resíduos na forma de farinha, decorrentes do seu hábito alimentar. Tanto adultos como larvas causam danos aos produtos armazenados. Possui grande número de hospedeiros, como trigo, cevada, triticale, arroz e aveia. O milho não é hospedeiro preferencial, embora possa sobreviver no mesmo. Adaptam-se rapidamente às mais diversas condições climáticas e sobrevive mesmo em extremos de temperatura.
Referências
- [1] POTTER, C. The biology and distribution of Rhizopertha dominica (Fab.). Transactions of the Royal Entomological Society of London, v.83, p.449-482, 1935.
- [2] BIRCH, L.C.; SNOWBALL, J.G. The development of eggs of Rhizopertha dominica (Fab. Coleoptera) at constant temperature. Journal of Experimental Biology, Medicine and Science, v.23, p.37-40, 1945.
- [3] POY, L. de A. Ciclo de vida de Rhizopertha dominica (Fabricius, 1972) (Col., Bostrychidae) em farinhas e grãos de diferentes cultivares de trigo. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 1991. 135p. Tese Mestrado.
- [4] ALMEIDA, A.A.; POY, L.D.A. Reprodução de Rhyzopertha dominica (F., 1792) (Coleoptera, Bostrychidae) em grãos inteiros e partidos, de cultivares de trigo, de textura vítrea e suave. Revista Brasileira de Entomologia, v.38, p.599-604, 1994.